O Ricardo contou a história para o Bruno pela primeira vez e instantaneamente ele percebeu a imaginação do menino em suas brincadeiras e se identificou:
Então o menino foi passar o natal na casa da avó, que carinhosamente preparou a casa de maneira que julgava aconchegante e mais carinhosamente ainda fez meias de presente para toda a família. Até o Homem Atômico ganhou um conjuntinho verde tricotado. Como é de costume na nossa sociedade modernoza, o estilo de vida dos mais idosos foi ridicularizado.
E o Bruno perguntava pro pai, ele não entendia, não se conformava... por quê estavam todos rindo do Homem Atômico? Isso é mais uma prova de como acumulamos preconceitos conforme crescemos.
Sabe como o Homem Atômico se livrou do traje? Ele salvou umas colheres e desfiou a roupa todinha até virar uma sunga... O Homem Atômico sai vitorioso e a cara da avó não é mostrada depois do ocorrido.
Muitos dias depois, quando já tínhamos até esquecido desse livro, o Bruno me pediu para fazer um cachecol verde e um gorro laranja. Comecei pelo cachecol e ele curtiu à beça vê-lo sendo tricotado, crescendo nas agulhas.
Esse post me deu saudade das doçuras que minhas avós deixaram de lembrança pra mim... conversas com uma pitada de amargura sobre meus avôs, cristaleiras cheias de lembrancinhas de casamento, abóboras kabotchá, tapetinhos de crochê, me cobrir na soneca da tarde até eu suar...
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