Pois aquela bronca foi muito merecida, ah... se foi!
O sol começou a se pôr e eu fiquei bastante irritada. Mais um dia tinha se acabado com produtividade zero. Na cozinha comecei a guardar a louça ruidosamente e o Bruno veio prestativo:
- Mãe... se acalma. Você sempre me diz que quando estamos nervosos não conseguimos fazer nada direito. Olha, toma um copo d'água.
Mas eu estava nervosa e então não fiz nada direito:
- Eu não quero água. Aliás, você passou a tarde inteira sem tomar água. E é hora de tomar banho.
Ele foi.
Ora essa agora. Eu sem tempo nenhum, lá podia me dar ao luxo de ficar calma? Terminei de arrumar a louça e quando passei perto da porta do banheiro pude perceber que o Bruno falava sozinho no chuveiro e pelo tom suspeitei que tinha a ver comigo. Não dava pra deixar pra lá, eu tinha que respirar fundo, manter a compostura e lhe explicar que minha situação estava complicada.
- Bruno… o que você tem para me dizer?
- Olha mãe… quando você está calma e me dá uma bronca, eu aceito. Porque você é minha mãe, eu sei que você quer o meu bem e eu confio em você. Mas quando você está nervosa e me dá uma bronca… daí não dá pra confiar.
Senti todos os nós musculares de tensão se desfazerem e minhas pernas amolecerem. Minha raiva se derreteu com os hormônios do amor materno circulando pelo corpo. Eu não tinha razão nenhuma, não havia nada a defender e por sorte consegui lhe pedir desculpas como exigia a situação. Fiquei até orgulhosa em receber uma bronca tão justa...
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