sexta-feira, 30 de abril de 2010

Leitura de mãos manejando durex

Ontem fomos comprar presentes de aniversário para amigos do Bruno.

A vendedora fez os pacotes com uma má-vontade nota 10. Não era falta de jeito, na qual não há problema algum,  era falta de vontade mesmo.  E como aprecio a arte de fazer pacotes, estava cheia de comichão ao ver aquelas mãos que mal conseguiam levantar do balcão e que baixavam tombando sobre o pacote, o durex grudado torto onde não era pra ter durex, etiqueta da loja sendo usada como durex por todos lados, a cabeça pendida pro lado...

O clima era pesado, e eu no meu exoterismo pensei na energia ruim que pairava ali.  Pensei em muita coisa, eu até me prometia a mim mesma que jamais deixaria que a rotina chegasse ao ponto de eu agir daquela maneira.  Bem, mas tudo eram pensamentos meus, algo que ebulia internamente, mania minha.

Então o Bruno foi mais além e entendeu tudo.  Ele virou pra mim e disse:

- Ela não tá feliz?

Desejei que a moça tivesse escutado. Que ela ouvisse aquilo e tomasse uma atitude.

Pendurei a pergunta na minha gargantilha, para olhar de vez em quando no espelho e lembrar da lição, como um checkup da saúde da alma.

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